Pesquisa petrolífera do Brasil na fronteira do conhecimento
O Brasil é líder mundial em tecnologia offshore. Vários são os elementos que, unidos, conseguiram colocar em destaque a pesquisa em petróleo no Brasil. Um deles é o Plano Nacional de Ciência e Tecnologia de Petróleo e Gás Natural (CT-Petro), criado em 1997, que veio estimular a cadeia produtiva do setor, através dos recursos provenientes de seus royalties. O núcleo de pesquisas na área é formado pelo Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo A. Miguez de Mello (Cenpes) na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Centro de Estudos em Petróleo (Cepetro) na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Esse núcleo acaba de proporcionar à Petrobras, pela segunda vez, o Prêmio da "Offshore Tecnology Conference" (OTC), por sua excelência na exploração e produção de petróleo em águas profundas.
Plataformas
Durante as últimas eleições brasileiras, uma das questões levantadas foi sobre a atual capacidade brasileira para a produção de plataformas de petróleo. A produção nacional destas poderia significar a geração de empregos no Brasil, ao invés estimulá-los no exterior pela contratação de empresas estrangeiras. No dia 28 de agosto foi realizado na Coppe/UFRJ encontro técnico sobre a Construção de Plataformas Offshore no Brasil. Inicialmente a Petrobras expôs sua demanda para os próximos anos, após o que representantes de estaleiros e empresas de engenharia puderam discutir a viabilidade de construção das plataformas semi-submersíveis P-51 e P-52 no país.
No evento, foi lembrado que, nos anos 80, o Brasil já esteve entre os maiores produtores de navios, ostentando o segundo lugar no ranking mundial. No entanto, por decisões políticas e econômicas, o governo federal decidiu privilegiar a importação, alegando falta de capacidade técnica do Brasil. Isso, somado à falta de controle nos gastos das empresas privadas e à ineficiência administrativa dos estaleiros nacionais, levou à falência os construtores nacionais e impediu o necessário salto tecnológico que daria maior competitividade à construção naval brasileira.
No entanto, de acordo com os engenheiros da Coppe Luiz Pinguelli Rosa e Segen Estefen, hoje o Brasil possui "capacitação nacional para que cascos e conveses possam ser aqui construídos". Com esse quadro em mente, eles alertam que não devemos correr o risco de perder a oportunidade de inserir nossa indústria no competitivo mercado de fabricação de plataformas flutuantes para a indústria do petróleo. Competência técnica e científica já estão demonstradas. Cabe apenas gerar os incentivos para que o setor nacional não seja excluído antes de tentar.
Estado da arte em pesquisas 
O Tanque de Provas Numérico (TPN), recém-inaugurado pela Escola Politécnica da USP, contou com a união e participação de várias instituições de pesquisa como a Coppe, PUC-Rio, IPT e Cenpes/Petrobras. Com ele será possível a realização de simulações matemáticas de estruturas flutuantes de produção de petróleo e gás. O tanque, idealizado para a indústria naval, coloca o Brasil entre os países que lideram as pesquisas simuladas na construção de plataformas petrolíferas, pois vai trabalhar em conjunto com LabOceano da Coppe.
O TPN é um sistema que vai permitir tanto a simulação de projetos de plataformas tradicionais, quanto a instalação e manutenção de estruturas flutuantes, considerando quase todos os fenômenos físicos ambientais do oceano, vento, onda e corrente, inclusive acima de 2000m de profundidade. São 60 computadores que, juntos, geram uma média de 21 bilhões de operações por segundo. As informações são transmitidas para a sala de projeções, que mostra as imagens em 3D e estéreo, dando a sensação exata de se estar trabalhando dentro da plataforma.
Divulgação
Vista em 3D stereo da plataforma - projeto TPN
O TPN será um importante aliado dos Tanques de Provas Físicos, afirma o professor Kazuo Nishimoto, do Departamento de Engenharia Naval da Escola Politécnica da USP e coordenador do projeto. Os tanques de provas físicos são compartimentos com água onde os modelos de estruturas flutuantes em escala reduzida são testados, sob a ação de agentes ambientais, como vento, ondas e correntes oceânicas. Mas, não oferecem as condições ideais previstas como as que são oferecidas na simulação de profundidades obtidas com o TPN, devido aos recursos de visualização em três dimensões oferecidos pelos modelos computacionais.

Pesquisas no CENPES
O Cenpes é o centro de pesquisas da Petrobras, criado oficialmente em 1966. A partir de 1992, passou a receber 1% do faturamento bruto da empresa para desenvolvimento de pesquisa. Entre os muitos projetos, o Programa Tecnológico Empresarial de Desenvolvimento em Exploração de Águas Ultraprofundas (Procap), já está indo para sua terceira fase - Procap-3000 - na qual pretende-se atingir até 3.000 metros de profundidade. O Procap-2000, criado em 1993, chegou a alcançar 1.867 metros de profundidade em Roncador, na bacia de Campos, de onde são extraídos 70% da produção nacional de petróleo. O Procap inicial, de 1988, foi posto em prática nos campos gigantes de Marlin e Albacora, a profundidades típicas de 1.000 metros.
Outra tecnologia que vem sendo aperfeiçoada desde 1992, através do Programa Estratégico de Recuperação Avançada de Petróleo da Petrobras (Provap), visa aumentar o índice de recuperação do óleo que fica perdido dentro das jazidas - cerca de 30%. Isso ocorre porque o petróleo nacional é composto de óleo pesado, com maior viscosidade, excesso de nafta e gasolina. Um petróleo leve, como o árabe, é mais fino e produz maior quantidade de diesel. Ainda nesse projeto, são estudadas as melhorias da eficiência na injeção de água e a aplicação de técnicas avançadas de caracterização de reservatórios e monitoração sísmica das reservas.
A preocupação em transformar óleos pesados em derivados de alta tecnologia foi um desafio para os pesquisadores, uma vez que as refinarias existentes no país foram compradas quando quase todo o óleo cru era importado do Oriente Médio, onde o óleo é leve. Essa é a pesquisa que vem sendo feita no Programa de Desenvolvimento de Tecnologia Estratégicas de Refino (Proter). Há cinco anos o Proter tem investido na adaptação do parque de refino para trabalhar com cargas pesadas, reduzir a necessidade de paradas para manutenção e ampliar o número de unidades de conversão, aumentando a oferta de diesel e gás de cozinha.
O Programa Tecnológico para a Ampliação de Fronteiras Exploratórias (Profex), desde 1995 vem buscando tecnologias de processamento, filtragem e aquisição sísmica. O projeto já apresenta resultados na identificação da ação de bactérias causadoras do aumento da viscosidade do petróleo, sendo de importância fundamental na exploração em águas profundas e ultra-profundas.
Em parceria com a IBM, o Cenpes está desenvolvendo um software capaz de simular a evolução de bacias sedimentares durante os processos de geração, migração e acumulação de petróleo.
Segundo a Assessoria de Comunicação do Cenpes, acaba de ser implantada a Gerência Geral de Desenvolvimento Sustentável, que envolve os setores de pesquisa e desenvolvimento para as áreas de Gás e Energia; Biotecnologia e Tratamento Ambiental; Monitoramento Ambiental; e Química. Dentro dessa nova gerência, estão os projetos de pesquisa voltados para fontes de energia renováveis e energia alternativa, tais como célula combustível, energia eólica, otimização do gás natural, biodiesel e outros. A estratégia da Petrobras, a ser atingida até 2010, é tornar-se uma empresa de energia.
Pesquisas na Coppe
A Coppe/UFRJ é o maior centro de ensino e pesquisa em engenharia da América Latina. Foi a principal parceira da Petrobras no desenvolvimento de tecnologias para a exploração de petróleo no mar, cujos resultados levaram o país à liderança na área offshore. No início deste ano, Coppe e Petrobras comemoraram o marco de mil projetos concluídos em parceria. O Programa CT-Petro trouxe grande incentivo aos grupos de pesquisa da instituição que atuam em áreas voltadas para o setor de óleo e gás.
Em 1994, foi criado o Grupo Interdisciplinar em Tecnologia Submarina, que possibilitou a união de especialistas no Laboratório de Tecnologia Submarina, através da Rede Cooperativa de Pesquisa em Tecnologia Submarina (Recope). A Rede vem trabalhando em projetos de robótica, soldagem, hidro-acústica, umbilicais submarinos, tubos flexíveis, separador de fundo e infra-estrutura.
O Laboratório de Tecnologia Oceânica (LabOceano) está em operação desde setembro último. O laboratório conta com um tanque oceânico, projetado para realização de experimentos, ensaios de modelos de estruturas e equipamentos usados na produção de gás e petróleo offshore. O LabOceano apresenta condições que permitem simulações das condições encontradas no fundo do mar. Com 15 metros de profundidade e um poço central com mais 10 metros adicionais, sendo o tanque mais profundo no mundo, permitirá o desenvolvimento de inovações com maior eficiência e menor risco de erros, consolidando a liderança do Brasil na área.
CepetroCom o apoio da Petrobras, foram criados na Unicamp, em 1987, o Centro de Estudos em Petróleo (Cepetro), o Departamento de Engenharia de Petróleo e o Curso de Mestrado em Engenharia de Petróleo, todos na Faculdade de Engenharia Mecânica. Além de participar de projetos, o Cepetro contribui de forma decisiva na formação de mão-de-obra qualificada para o mercado do petróleo. O Cepetro desenvolve suas pesquisas em Economia dos Recursos Minerais, Engenharia de Poços, Geofísica Computacional, Modelagem Geológica de Reservatórios de Águas Profundas, Perfuração e Completação de Poços de Petróleo, Produção de Óleo e Gás, Reservatórios, Termodinâmica de Processos de Separação e Mistura.
Links
Petrobras - http://www.petrobras.com.br
CENPES - http://www2.petrobras.com.br/portal/tecnologia.htm
COPPE - http://www.coppe.ufrj.br/
CEPETRO - http://www.cepetro.unicamp.br/
LabOceano - http://www.laboceano.coppe.ufrj.br/site/apresentacao/index.shtm

A perfuração do petróleo

Em dezembro de 2007, o Brasil alcançou o recorde histórico na produção de petróleo, ultrapassando a marca dos 2 milhões de barris por dia. Para chegar a esse nível de produção, a Petrobras inaugurou cinco novas plataformas durante o ano.
Esse petróleo é refinado em gasolina, querosene, óleo combustível e outros produtos. Para sustentar esse consumo, as companhias petrolíferas precisam constantemente procurar novas fontes de petróleo, assim como melhorar a produção dos poços existentes.

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Exploração de petróleo

O petróleo é um combustível fóssil que pode ser encontrado em vários países ao redor do mundo. Nesta seção, vamos discutir como o petróleo se formou e como os geólogos o encontram.

Formação do petróleo

O petróleo se formou dos restos de minúsculas plantas e animais (plâncton) que morreram nos mares antigos entre 10 e 600 milhões de anos atrás.
Ao longo dos anos, os organismos se decompuseram nas camadas sedimentares, onde havia pouco ou nenhum oxigênio presente. Assim, os microrganismos quebraram seus restos em compostos ricos em carbono, que formaram camadas orgânicas. Esse material orgânico acabou se misturando aos sedimentos e formando um folhelho finamente granulado, ou rocha geradora. À medida que novas camadas sedimentares foram depositadas, elas exerceram pressão e aquecimento intensos sobre a rocha geradora, proporcionando a destilação do material orgânico em petróleo cru e gás natural. Com o passar do tempo, o óleo fluiu da rocha geradora e se acumulou em rochas calcárias ou arenito, chamadas de rocha-reservatório, que sob a ação dos movimentos da Terra aprisionaram o petróleo e o gás natural dentro delas, entre camadas de rocha impermeável ou rocha selante, como granito ou mármore.
Esses movimentos da Terra incluem:
  • dobramento - movimentos horizontais, que pressionam e movem as camadas rochosas para cima em uma dobra ou anticlinal;
  • falha - as camadas de rochas se quebram e um lado se desloca para cima ou para baixo;
  • constrição - uma camada de rocha impermeável é espremida para cima e para o interior da rocha-reservatório.

Procurando petróleo

A tarefa de encontrar petróleo é designada aos geólogos, empregados diretamente por uma companhia petrolífera ou sob contrato de uma empresa privada. Sua tarefa é procurar as condições certas para uma "armadilha" (termo usado para designar um buraco de petróleo na rocha) de petróleo: o tipo certo de rocha geradora, rocha-reservatório e aprisionamento. Muitos anos atrás, os geólogos interpretavam as características da superfície, de suas rochas, seus tipos de solo e, talvez, algumas pequenas amostras obtidas por perfuração rasa. Os modernos geólogos do petróleo também examinam as rochas superficiais e o terreno com a ajuda adicional de imagens de satélite. No entanto, eles também usam uma variedade de outros métodos para encontrar petróleo. Podem usar sensíveis medidores de gravidade para avaliar pequenas alterações no campo gravitacional da Terra que possam indicar o petróleo fluindo, assim como magnetômetros de alta sensibilidade para medir minúsculas mudanças no campo magnético terrestre causadas pelo fluxo do petróleo. Eles também podem detectar o cheiro de hidrocarbonetos utilizando narizes eletrônicos sensíveis chamados sniffers (farejadores). Por fim, e mais comumente, eles usam a sismologia, criando ondas de choque que passam através das camadas ocultas de rochas e interpretando as ondas que são refletidas de volta para a superfície.
Nas prospecções sísmicas, uma onda de choque é criada pelo seguinte:
  • canhão de ar comprimido - dispara pulsos de ar na água (para exploração sobre a água);
  • caminhão impactador - golpeia chapas pesadas no solo (para exploração sobre a terra);
  • explosivos - são enterrados no solo (para exploração sobre a terra) ou arremessados do barco (para exploração sobre a água) e detonados.
As ondas de choque se deslocam abaixo da superfície da Terra e são refletidas pelas diversas camadas rochosas. Os reflexos se deslocam em diferentes velocidades dependendo do tipo ou densidade das camadas de rocha que devem atravessar. Os reflexos das ondas de choque são detectados por microfones ou detectores de vibração sensíveis: hidrofones sobre a água ou sismômetros sobre a terra. As leituras são interpretadas por sismólogos quanto a indícios de armadilhas de petróleo e gás.
Apesar de os métodos modernos de exploração de petróleo serem melhores do que os anteriores, eles ainda podem ter uma taxa de sucesso de 10% para a localização de novos campos de petróleo. Assim que um impacto com perspectiva de petróleo é encontrado, a localização é marcada por coordenadas de GPS sobre a terra ou por bóias marcadoras sobre a água.

Preparando a perfuração

Logo que o local é selecionado, precisa ser pesquisado para se determinar seus limites e estudar o impacto ambiental. Acordos de arrendamento, títulos e direito a vias de acesso para a terra precisam ser obtidos e avaliados quanto aos aspectos legais. Para locais em alto-mar, é necessário determinar a jurisdição legal.
Assim que os assuntos legais são resolvidos, a equipe trata de preparar o terreno:
  • o terreno é limpo e nivelado e estradas de acesso são construídas, se necessário;
  • como a perfuração utiliza água, é necessário que haja uma fonte nas proximidades. Caso não exista nenhuma fonte natural, um poço de água é cavado;
  • a equipe cava um fosso de reserva, que é usado para o descarte dos cortes de rocha e lama da perfuração durante o processo e o forra com plástico para proteger o meio ambiente. Se o local for uma área sensível em termos ecológicos, como um pântano ou região selvagem, os cortes e a lama deverão ser descartados em outros locais com ajuda de caminhões.
Logo que o terreno estiver preparado, diversos poços secundários precisarão ser escavados para a torre e o poço principal. Um fosso retangular, chamado de escavação, é feito ao redor do local do poço real da perfuração. A escavação proporciona um espaço de trabalho ao redor do poço para os trabalhadores e acessórios de perfuração. A equipe então começa a perfurar o poço principal, freqüentemente com um pequeno caminhão-sonda ao invés de uma torre principal. A primeira parte do poço é maior e mais rasa do que a porção principal e é revestida com uma tubulação de esteio de grande diâmetro. Poços adicionais são escavados na lateral para armazenar temporariamente o equipamento. Quando esses poços são finalizados, o equipamento da torre pode ser trazido e erigido.

Erigindo a torre

Dependendo de quão remoto é o local da perfuração e seu acesso, o equipamento pode ser transportado até o local por caminhão, helicóptero ou barcaça. Algumas torres são construídas sobre barcos ou barcaças para trabalhar sobre águas interiores onde não há fundações para suportar uma torre (como em pântanos ou lagos). Assim que o equipamento chega ao local, a torre é erigida. Aqui estão os principais sistemas de uma torre de perfuração de petróleo terrestre:
  • Sistema de energia
    • grandes motores diesel - queimam óleo combustível diesel para fornecer a fonte principal de energia;
    • geradores elétricos - movidos por motores diesel para fornecer energia elétrica.
  • Sistema mecânico - acionado por motores elétricos;
    • sistema de içamento - usado para levantar cargas pesadas, consiste de um guincho mecânico (guincho principal) com um grande tambor de cabo de aço, uma polia de moitão e talha e um carretel de armazenamento para receber o cabo;
    • mesa giratória - parte do mecanismo de sondagem.
  • Equipamento rotativo - usado para a perfuração rotativa;
    • tornel - grande manipulador que segura o peso da coluna de perfuração e permite que a coluna gire e faz uma vedação à prova de pressão sobre o poço;
    • conjunto de ligação - tubulação de quatro ou seis lados que transfere o movimento rotativo para a mesa giratória e a coluna de perfuração;
    • mesa giratória ou mesa rotativa - aciona o movimento rotativo usando a potência dos motores elétricos;
    • coluna de perfuração - consiste da tubulação de perfuração (seções conectadas de cerca de 10 m) e colares de perfuração (tubulação de maior diâmetro e mais pesada que se encaixa ao redor da tubulação de perfuração e coloca peso sobre a broca da sonda);
    • broca(s) da sonda - extremidade da sonda que realmente corta a rocha. Ela é fabricada em vários formatos e materiais (aço com carboneto de tungstênio, diamantes) especializados para diversas tarefas de perfuração e formações rochosas.
  • Revestimento - tubulação de concreto de grande diâmetro que reveste a perfuração, evitando que o poço desmorone e permite que a lama da perfuração circule.
  • Sistema de circulação - bombeia a lama da perfuração (mistura de água, argila, material pesante e produtos químicos usados para trazer os cortes de rochas da broca de sondagem para a superfície) sob pressão por meio do conjunto de ligação, mesa rotativa, tubulação de perfuração e colares de perfuração;
    • bomba - suga a lama dos fossos e a bombeia para o mecanismo de sondagem;
    • tubulações e mangueiras - conectam a bomba ao mecanismo de sondagem;
    • linha de retorno de lama - retorna a lama do poço;
    • peneira oscilante - peneira/coador que separa os cortes de rocha da lama;
    • calha de folhelho - transporta os cortes de rocha para o fosso de reserva;
    • fosso de reserva - recolhe os cortes de rocha separados da lama;
    • fossos de lama - onde a lama da perfuração é misturada e reciclada;
    • lameiro - onde a nova lama é misturada e então enviada para os fossos de lama.
  • Torre - estrutura de sustentação do mecanismo de sondagem, que é alta o suficiente para permitir que as novas seções da tubulação de perfuração sejam adicionadas ao mecanismo de sondagem à medida que a perfuração prossegue.
  • Sistema de segurança contra estouros - válvulas de alta pressão (localizadas debaixo do poço terrestre ou no fundo do mar) que vedam as linhas de sondagem de alta pressão e aliviam a pressão quando necessário, para prevenir um estouro (jorro descontrolado de gás ou petróleo para a superfície, freqüentemente associado a incêndios).

Sondagem

A equipe ergue a torre de perfuração e inicia as operações de sondagem. Primeiro, a partir do poço inicial, eles perfuram um poço de superfície até uma profundidade pré-determinada (algum ponto acima de onde acham que se localiza a armadilha de petróleo). Há cinco etapas básicas para perfurar o poço de superfície:
  • posicionar a broca, o colar e a tubulação de perfuração no poço;
  • prender o conjunto de ligação e a mesa giratória e iniciar a perfuração;
  • à medida que a sondagem prossegue, circular a lama através da tubulação e para fora da broca para remover os cortes de rocha do poço;
  • adicionar novas seções (emendas) da tubulação de perfuração conforme o aumento da profundidade do poço;
  • remover (desengatar) a tubulação, o colar e a broca de perfuração quando a profundidade pré-determinada (no máximo a 600 metros) é atingida.
Assim que atingem a profundidade pré-determinada, eles devem passar e cimentar o revestimento, ou seja colocar seções da tubulação de revestimento no poço, para prevenir que ele desmorone. A tubulação de revestimento possui espaçadores em volta do lado externo, para ficar centralizada no poço.
A equipe de revestimento coloca a tubulação de revestimento no poço. A equipe de cimentação bombeia o cimento ao longo da tubulação de revestimento, usando uma retro vedação, um cimento pastoso, um tampão superior e lama de perfuração. A pressão da lama de perfuração faz com que o cimento pastoso se mova através do revestimento e preencha o espaço entre o exterior do revestimento e o poço. Finalmente, o cimento é deixado endurecer e então testado quanto a suas propriedades, como dureza, alinhamento e vedação apropriada.
A perfuração continua em estágios: eles perfuram e então passam e cimentam novos revestimentos, e começam a perfurar novamente. Quando os cortes de rocha da lama revelam a areia oleosa da rocha-reservatório, eles podem ter atingido a profundidade final. Nesse ponto, removem o mecanismo de sondagem do poço e fazem vários testes para confirmar essa descoberta:
  • elaboração do perfil do poço - consiste em abaixar sensores elétricos e de gás no poço para fazer medições das formações rochosas lá existentes;
  • teste da coluna de perfuração - significa abaixar um dispositivo no poço para medir as pressões, as quais deverão revelar se a rocha-reservatório foi atingida;
  • amostras de testemunho - obtenção de amostras de rocha para verificar as características da rocha-reservatório.
Assim que atinge a profundidade final, a equipe completa o poço para permitir que o petróleo flua para o revestimento de uma maneira controlada. Primeiro, eles abaixam uma pistola de perfuração no poço até a profundidade de produção. A pistola possui cargas explosivas para criar furos no revestimento através dos quais o petróleo possa fluir. Depois que o revestimento é perfurado, eles passam um tubo de pequeno diâmetro (os tubo de produção) no poço como um conduto para que o óleo e o gás fluam do poço. Um dispositivo chamado vedador é enviado para baixo pelo lado externo do tubo de produção e quando ele é instalado no nível de produção, é expandido para formar uma vedação ao redor do exterior do tubo de produção. Finalmente, conecta-se uma estrutura com diversas válvulas chamada árvore de Natal na parte superior do tubo de produção que é cimentada no topo do revestimento. A árvore de Natal permite que a equipe controle o fluxo de óleo do poço.
Assim que o poço é finalizado, eles devem iniciar o fluxo de óleo para o poço. Em rochas-reservatório calcárias, é bombeado ácido para o interior do poço e para fora das perfurações, para que os canais no calcário sejam dissolvidos e conduzam o petróleo para o poço. Para rochas-reservatório de arenito, um fluido de composição especial contendo agentes de escoramento (areia, casca de noz, bolotas de alumínio) é bombeado para o poço e para fora das perfurações. A pressão desse fluido faz pequenas fraturas no arenito que permitem que o petróleo flua para o poço, enquanto os agentes de escoramento mantêm essas fraturas abertas. Assim que o petróleo estiver fluindo, a torre de perfuração é removida do local e o equipamento de produção é erigido para extrair o óleo do poço.

Novas tecnologias de perfuração

O Departamento de Energia dos EUA e a indústria petrolífera estão trabalhando em novas maneiras para a exploração de petróleo, incluindo técnicas de perfuração horizontal para atingir o petróleo sob áreas ecologicamente sensíveis e o uso de raios laser para perfurar poços de petróleo.

Extração de petróleo

Depois que a torre de perfuração é removida, uma bomba é colocada sobre a cabeça do poço.
No sistema de bombeamento, um motor elétrico aciona uma caixa de engrenagens que movimenta uma alavanca. A alavanca empurra e puxa uma vareta polida para cima e para baixo. A vareta polida é fixada a uma vareta de sucção, a qual é fixada à bomba. Esse sistema força a bomba para cima e para baixo, criando uma sucção que aspira o petróleo através do poço.
Em alguns casos, o petróleo pode ser muito denso para fluir. Então, um segundo poço é cavado no reservatório, onde é injetado vapor sob pressão. O calor do vapor diminui a viscosidade do óleo no reservatório e a pressão ajuda a empurrá-lo para cima no poço. Esse processo é chamado recuperação intensificada de petróleo.
Com o uso de toda essa tecnologia de perfuração de petróleo e os novos métodos em desenvolvimento, a questão permanece: teremos petróleo suficiente para atender a nossas necessidades? As estimativas atuais sugerem que temos petróleo suficiente para cerca de mais 63 a 95 anos, com base nas descobertas atuais e futuras e nas demandas atuais.